Coletivo Educador Ambiental Regional

ARTIGO SOBRE RESÍDUOS

RESÍDUOS      

Adriana Kirsch Schilling[1]

Cálida Panzenhagen[2]

Joana Laura Conte[3]

Luciana Michele Martins Alves[4]

Melissa Vilches Pires[5]

Solange Teresinha da Silva [6]

Resumo:

 

Este capitulo apresenta reflexões sobre o tema resíduos e suas contribuições na degradação do nosso meio ambiente. Neste tema estaremos apresentando uma abordagem compreensivo-explicativa, realizada com escolas municipais de Ensino Fundamental da cidade de Taquara/RS que possuem uma Comissão de Meio Ambiente e qualidade de Vida na escola (COM-VIDA) e um professor coordenador, sendo este ativo no Coletivo Educador de Taquara. Estas comissões possuem encontros semanais com seus professores, destes encontros foi diagnosticado o problema maior destas escolas com os resíduos. Partindo do diagnóstico, cada escola realizou sua oficina de futuro delimitando seus problemas (pedras no caminho) e possíveis resoluções destes problemas (sonhos). Logo cada escola completou sua agenda 21 deixando nela claro suas ações, bem como seus prazos para término dos mesmo. Porém cada escola apresenta um contexto social diferenciado, bem como o contexto cultural dos educandos e mesmo assim apresentam um diagnóstico semelhante, sendo o tema abordado nas agendas 21.  Observou-se, através das COM-VIDAs, um amplo interesse sobre o assunto e de extrema relevância para nossa sociedade e assim podendo colher excelentes resultados e jovens mais conscientizados e enraizadores.

 

Palavras-chave: Resíduos. Educação Ambiental. COM-VIDA. Ações. Agenda 21.

 

1 Introdução

O Capitulo tem como finalidade demonstrar as ações sobre o tema resíduo, na tentativa de chegar aos sonhos que cada escola idealizou contribuindo assim na busca de uma escola sustentável e jovens mais sensibilizados com os problemas ambientais locais, para que assim possam perceber que cada um se empenhando com pequenas ações podemos fazer a diferença em nosso bairro ou localmente.

Diante disso, visam-se identificar os saberes e os conhecimentos sobre educação ambiental no Coletivo Educador de Taquara, onde juntos os educadores buscam subsídios para um bom trabalho observando o contexto social e cultural de cada escola. Através destes encontros mensais os educadores criaram um blog para que assim possam partilhar ações e atividades de enraizamento que estão ocorrendo dentre os educandários.

Portanto, esta proposta de trabalho está focada nos saberes da educação ambiental, bem como as COM-VIDAs, e na constante busca de um ambiente melhor lutando a favor da redução, reutilização e da reciclagem dos resíduos, mudando o pensar dos nossos educandos e da comunidade escolar, assim enraizando que a união faz a diferença na busca de uma escola sustentável.

 

2 Fundamentação Teórica

O crescimento constante das populações urbanas e a industrialização resultam na geração de materiais diversos, também a melhoria do poder aquisitivo vem acelerando a geração de resíduos sólidos, chamados popularmente de lixo que por sua vez é uma palavra derivada do latim lix, que significa cinzas ou lixívia. (BIDONE E POVINELLI, 1999).

Conforme Bidone e Povinelli (1999) inicialmente a humanidade produzia resíduos como excrementos, depois com a difusão da atividade agrícola e industrialização surgiram os restos da produção e os próprios objetos após a utilização. Os resíduos produzidos atualmente possuem diversas naturezas, sendo que no Brasil o valor médio verificado nas cidades mais populosas é a produção por ano de 180 Kg por habitante. Por isso devemos repensar localmente e não globalmente em atitudes viáveis e imediatas a nossa sociedade e assim para uma melhor efetivação de resultados em prol a alta produção de resíduos.

Portanto segundo Mandarino (2002) acredita que a industrialização, o consumo e o lixo são questões diretamente ligadas. Toda produção, seja ela industrial ou domiciliar, estimula o consumo que acarreta em algum momento o descarte e a transformação da matéria em lixo. No entanto Bidoni (1999) já atribuía ao aumento da geração de resíduos nas áreas urbanas o aumento do poder aquisitivo das populações. Justifica ainda, que grande parte da migração da população da área rural para os centros urbanos ocorre, dentre outros fatores, ao usufruto de melhores serviços públicos como saúde e educação. Dentro desse contexto deve-se definir o que é lixo e o que é resíduo. Segundo Zanetti (2003) o conceito de resíduo é diferente de lixo, o “lixo” é um termo que dá sentido a algo que precisa ser jogado bem longe e de preferência o mais rápido possível. Já o resíduo, essa relação muda, porque as pessoas associam o termo de resíduos às questões de reutilização e reciclagem de diversos tipos de materiais que foram descartados.

Uma alternativa viável para a sustentabilidade da existência humana seria a gestão de resíduos sólidos, que proporcionaria uma melhor qualidade de vida para a população uma vez que abrange atividades referentes à tomadas de decisões estratégicas à organização desse setor, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios. Para José Silva Quintas, quando uma problemática for trabalhada dentro da educação ambiental ganha uma nova abordagem, que está na contestação do consumismo e do desperdício, com ênfase na ação individual por meio dos três R (reduzir, reutilizar e reciclar), até aquela que toma esta problemática como consequência de um determinado tipo de relação sociedade – natureza, histórica e socialmente construída, analisa desde as causas da sua existência até a destinação final do resíduo e, ainda, busca a construção coletiva de modos de compreendê-la e superá-la.

Então segundo VALLE (1995: 71), “reciclar o lixo significa refazer o ciclo, permite trazer de volta, à origem, sob a forma de matéria-prima aqueles materiais que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo as suas características básicas”. Assim, em uma escala menor poderíamos dizer que a reciclagem se concretiza sempre que se encontra um novo uso para alguma coisa que, até então, já não teria nenhuma utilidade.

De acordo com a Comissão Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 1993), a produção de lixo vem crescendo cada vez mais, pois a população também está consumindo cada vez mais. E, com isso, o descarte inadequado de resíduos sólidos está prejudicando nosso ecossistema, ocasionando, dessa forma, um aumento de temperatura no nosso planeta. Sem falar nas doenças, poluição do solo, as enchentes, entre tantos outros desastres ambientais ocorridos pela falta de cuidado com o descarte de determinados resíduos.

Para essa situação ser mudada é preciso a colaboração de toda população, todos fazendo sua parte, por isso é fundamental que o lixo seja separado. É o que diz a Política Nacional de Resíduos Sólidos, pois esse é um trabalho muito importante que deve ser trabalhado desde de casa até a escola e mostrado para as crianças os cuidados que devemos ter ao descartarmos o nosso lixo, e que a reciclagem e a reutilização de resíduos sólidos são maneiras de ajudar o nosso meio ambiente, assim como a prática de hábitos de consumo sustentável.

Nos dias atuais o que mais presenciamos são resíduos jogados em qualquer ambiente em que nós estamos, ou até mesmo próximo de uma lixeira, realmente chegamos em um estágio de descaso por maior parte da população, e assim vem gradualmente aumentando o acúmulo de resíduos, e como consequência os problemas antes alertados, hoje vivenciados pela maior parte dos seres humanos e mesmo assim ainda existem muitas pessoas que não se dão conta de suas atitudes diárias. Segundo Díaz (2002 p.35) “[…] Temos que promover uma educação que responda precisamente a essa realidade global e complexa, e que dê uma resposta adequada a seus problemas, entre eles, o da crise ambiental.” A ideia de Díaz vem ao encontro com a ideia do coletivo educador, de que através da educação de nossas crianças, possamos sensibilizá-los, e que futuramente possamos colher cidadãos mais conscientes e amenizar a crise ambiental que estamos vivenciando.

As escolas bem como seus educadores tem um papel fundamental nesta tarefa, sendo de extrema importância os professores repensarem suas aulas e planejar atividades que busquem melhorar atitudes sociais e repensarem práticas de convívio igualitário, pois segundo Távora e Araújo (2009, p.163) “As relações entre a sociedade, consumo e a geração de resíduos têm sido tratadas erroneamente. Muitos dos problemas ambientais que nossa sociedade enfrenta têm origem nessa relação e, por isso, é necessário que tenhamos uma visão holística relacionada a tal problemática.” Pois os educadores e as escolas devem repensarem que tipo de cidadãos estamos formando, se são seres humanos conteudistas, individualistas e consumistas, ou seres pensantes, igualitários e conscientes, e que estes possam vir amenizar a situação em que vivemos atualmente, e não mais, avistar decorações de sacos plásticos e garrafas pets nas árvores das margens do nossos preciosos rios.

A redução e a reutilização é uma de tantas outras possibilidades em amenizar o problema, seja essa diretamente ou através dos processos de compostagem e reciclagem, que podem ser incentivadas por meio de ações educativas que visem atitudes de consumo mais consciente por parte da população. É importante ressaltar que as escolas devem adotar ações para uma possível sensibilização em prol de um cidadão mais consciente na questão ambiental, e isto se dá através de trabalhos e orientações em sala de aula, reuniões e ações comunitárias, bem como a distribuição de fanzines na comunidade, produção de locais de coletas na comunidade (Coleta de pilhas e baterias) para um descarte apropriado, dentre outras tantas ações conforme a realidade ambiental em que a escola esta inserida.

Portanto os educadores são formadores de cidadãos e acreditamos que a grande parte da população tenha passado por uma escola. Por isso chamamos a atenção para Ginott (apud Werneck p.126, grifos do autor) quando destaca:

Prezados professores, “Sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver: Câmaras de gás construídas por engenheiros FORMADOS; Crianças envenenadas por médicos DIPLOMADOS. Recém-nascidos mortos por enfermeiras TREINADAS. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados em COLÉGIOS e UNIVERSIDADES. Assim tenho minhas dúvidas a respeito da Educação. Meu pedido é este: ajudem seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados. Aprender a ler, a escrever, aprender aritmética só são importantes quando servem para fazer nossos jovens mais humanos.”.

Realmente, como se pode observar na citação anterior, ultimamente, os noticiários, jornais entre outros veículos de comunicação mostram, a cada dia, com maior frequência, esses acontecimentos, e o que chama atenção é que essas pessoas passaram por uma escola, mas o que aprenderam não foi suficiente? O professor não abordou em suas aulas o que é ser cidadão? Faltaram responsabilidades dos pais? Enfim, podem ser feitos vários questionamentos a respeito do assunto.

E com certeza, não se chegará a uma conclusão, mas se pode, como educador, repensar a prática diária em sala de aula, devido à enorme responsabilidade de ensinar e formar educandos mais humanos, solidários e conscientes. É imprescindível passar-lhes que ser humano hoje é praticar muito mais o verbo “ser” do que o verbo “ter”.

Acredita-se, conforme os autores já citados, que o professor é o elemento principal para a motivação dos alunos no âmbito de ensino e aprendizagem, pois, para motivar os educandos, o educador também deverá estar motivado, uma vez que a motivação é essencial para que ocorra a aprendizagem humana baseada nos temas transversais[7].

 

3 Metodologia

 

A partir das Experiências vivenciadas na área da educação como docentes com formações em diferentes áreas, desenvolveu-se uma oficina de futuro com os educandos participantes da COM´VIDA. Com tudo a proposta pedagógica a ser desenvolvida nesta oficina baseia-se na prática da construção da agenda 21 de cada escola voltados para os problemas ambientais específicos de cada educandário com a questão dos resíduos, para que assim possamos estabelecer metas e prazos para possíveis soluções.

A metodologia de Agenda 21 Escolar consiste em um grupo de alunos que através de um diagnóstico elabora a oficina de futuro apontando assim os problemas como pedras no caminho e as possíveis ações para tentar solucionar os problemas são chamados de sonhos. E a partir deste diagnóstico e da oficina de futuro é elaborado a agenda 21 escolar.

 

4 Delineamento da Agenda 21 Por Escolas

 

            Neste capítulo serão abordadas as agendas 21 de cada escola, bem como a apresentação da COM-VIDA de cada educandário com suas ações desenvolvidas durante este ano. Estarão descritas em subcapítulos, seguindo uma ordem de apresentação da escola, da sua agenda 21 e de imagens.

 

4.1 Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlio Maurer

 

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlio Maurer, fica situada no interior do município de Taquara, no distrito de Padilha. De acordo com os registros mais antigos, a escola começou suas atividades em 1940.

Hoje, a escola possui 210 alunos frequentando as aulas, e estão distribuídos em doze turmas do pré ao nono ano. A direção da escola está a cargo de Gustavo Martim Fank e a vice direção com Mirian Hadlich.

O trabalho do coletivo educador é realizado quinzenalmente com o grupo da Com Vida, que hoje é formado por quatorze alunos das séries finais e pela professora Adriana Kirsch Schilling, que desenvolvem atividades referentes ao meio escolar em que estão inseridos, tendo como principal tema de trabalho os resíduos sólidos.

Para a realização das ações, o grupo Com Vida formulou sua Agenda 21 de acordo com as necessidades da Escola.

As pedras no caminho apontadas como mais relevantes foram: os resíduos, a biodiversidade e a água. Como tema principal a ser trabalhado com mais enfoque esse ano é os resíduos, devido ao grande acúmulo de lixo (papéis, embalagens de balas, salgadinhos e bolachas) descartados no pátio da escola por alguns alunos. O sonho do grupo seria, então, uma escola mais limpa e consciente com a colaboração de todo o grupo escolar.

Para isso, o grupo da Com Vida reúne-se quinzenalmente para discutir ideias e saídas para solucionar o problema. Já foram divulgados cartazes sobre a conscientização do descarte adequado do lixo e com um apelo para que os demais alunos não joguem papéis pelas janelas da sala de aula para o pátio da escola. Além disso, foi realizado plantio de mudas e um mutirão de coleta de lixos espalhados pela escola. Mas a ideia, agora, é partir da conscientização, para que os alunos joguem o lixo no lixo e percebam o bem que estarão fazendo ao nosso meio ambiente. Segue abaixo imagens com as ações desenvolvidas:

Alunos da Com Vida com Fanzine produzido para conscientizar os alunos. Plantio de mudas nas margens do nosso rio. Produção de cartaz sobre a conscientização do descarte

Correto do lixo.

 

 

Mutirão de alunos na coleta de lixo aos arredores da escola.  Divulgação e conscientização do descarte correto do lixo nas salas de aula – séries finais

 

Divulgação e conscientização nas salas de aula por meio do cartaz produzido pelo grupo Com Vida

Sobre o descarte correto dos lixos – séries iniciais.

 

 

 

4.2 Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas

 

Os temas ambientais têm feito parte das preocupações humanas já há algumas décadas. Qualquer reflexão a cerca dessa temática nos leva a pensar a educação ambiental como estratégia na busca de uma sociedade sustentável em todos os espaços de convivência cotidiana de nossas vidas (REIS, 2006). Dessa forma e educação ambiental vem se consolidando como prática educativa formal no espaço da Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas, localizada na Rua Adalberto Pereira dos Santos nº 2955, Loteamento Eldorado no município de Taquara/RS, atendendo 218 alunos distribuídos em 10 turmas, entre educação infantil ao 9º ano, além de uma turma de 15 alunos da COM-VIDA e coordenados pelas professoras Joana Laura Conte e Calida Panzenhagen, que desenvolvem práticas de educação ambiental na escola.

Sendo assim, a escola realizou algumas atividades através de mutirão de limpeza na rua principal do bairro onde o educandário está inserido e nas margens do Arroio Muller, o objetivo da atividade foi de desenvolver o hábito de destinar corretamente os resíduos e também servir como exemplo para os moradores do bairro bem como os demais alunos da escola, também, realizaram práticas de reaproveitamento de resíduos como óleo de cozinha (produção de sabão ecológico) e papel usado (confecção de vasos, técnica da papietagem). As intervenções realizadas visam a continuidade das práticas sustentáveis, tanto por parte dos participantes do COM-VIDA como, e principalmente, dos alunos que participaram da atividade, que passam a exercer seu papel de educadores na transmissão do aprendizado e do conhecimento adquirido aos colegas, familiares e à comunidade onde estão inseridos.

Assim, a educação ambiental se constitui numa forma abrangente de educação. Ela se propõe a atingir todos os cidadãos através de um processo pedagógico participativo e permanente, que procure incutir no educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, este é um processo de formação humana amplo, continuo e complexo (PEREIRA et al, 2008). Segue abaixo imagens com as ações desenvolvidas:

 

Alunos da Com-Vida Getulio Vargas realizando a técnica da papietagem, reaproveitamento de papel usado.  Alunos da Escola Getúlio Vargas produzindo sabão ecológico, reaproveitamento de óleo de cozinha usado. Alunos da Escola Getúlio Vargas produzindo sabão ecológico, reaproveitamento de óleo de cozinha usado.

 

Alunos da Escola Getúlio Vargas produzindo sabão ecológico, reaproveitamento de óleo de cozinha usado.  Alunos da Escola Getúlio Vargas realizando mutirão de limpeza no entorno da Escola, recolhendo os resíduos e revitalizando os canteiros do entorno da Escola.

 

Vaso feito pelos alunos da Com-Vida da Escola Getúlio Vargas, feito com reaproveitamento de resíduos.

 

 

 

4.3 Escola Municipal de Ensino Fundamental Nereu Wilhelms

 

            A Escola Municipal de Ensino Fundamental Nereu Wilhelms localizada no bairro Medianeira no município de Taquara atende duzentos e oitenta e dois (282) alunos matriculados nos turnos da manhã e da tarde, organizados em Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

A COM-VIDA (Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola) é uma turma de quinto ano (5° ano) composta por 25 alunos coordenados pela professora de classe Luciana Michele Martins Alves, sendo que os encontros acontecem semanalmente todas as sextas-feiras no turno da manhã.

Nestes encontros realizamos um diagnóstico, a partir deste diagnóstico nós concretizamos a oficina de futuro, onde delimitamos os problemas (pedras no caminho), e as possíveis soluções para estes problemas (árvore dos sonhos) e tão logo montaram a agenda 21 descrita abaixo:

 

A partir desta agenda fomos trabalhando em ações planejadas no tema resíduo, e para que possamos atingir os nossos sonhos tivemos que ter comprometimento e força de vontade de todos, pois a união faz a diferença.

Logo conseguimos conquistar alguns sonhos através da ajuda de professores, da direção, dos demais alunos da escola, funcionários, pais e da comunidade. E claro estamos em andamento com a agenda 21, pois há ações que ainda não conseguimos por em prática, mas nosso objetivo é até o final deste ano cumprir com todas ações planejadas. Segue algumas imagens como forma de registro explicando as ações já realizadas na escola:

Reativação da composteira. Revitalização dos canteiros e da horta. Colheita de chuchus e distribuição para comunidade escolar.

 

Colheita de chuchus e distribuição para comunidade escolar.  Doce de chuchu  Doce de chuchu sendo entregue juntamente com o convite da semana do Meio Ambiente.
Doce de chuchu como sobremesa na merenda escolar.  Horta suspensa com reaproveitamento de resíduos.  

Horta suspensa com reaproveitamento de resíduos.

 

Construção de lixeiras com pneus

 

 Revitalização do jardim  Reaproveitamento de pneus do bairro

 

Apresentação de sensibilização sobre o descarte de pneus.  Palestra de sensibilização sobre a água  Palestra sobre resíduos para toda a comunidade escolar.

 

 

 

 

4.4 Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Alípio Alfredo Sperb

 

            A E.M.E.F. Dr. Alípio Alfredo Sperb localizada no bairro Santa Maria no município de Taquara atende duzentos e quarenta e seis (246) alunos matriculados nos turnos da manhã e da tarde, organizados da Educação Infantil aos Anos Finais do Ensino Fundamental.

A Com-vida (Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida) da escola é composta por 15 alunos das séries finais do ensino fundamental e a professora coordenadora Melissa Vilches. As atividades desenvolvidas são realizadas em encontros semanais sendo que em algumas houve envolvimento de outros alunos. De acordo com o questionário sócio ambiental e das oficinas de futuro realizadas no início de 2015, percebeu-se que as ações da Agenda 21 escolar deveriam priorizar o tema resíduos, sendo que algumas ações foram estendidas a comunidade em geral.

Dentro do tema, resíduos, algumas ações já foram desenvolvidas destacando-se a horta suspensa e canteiros de flores com utilização de pneus descartados incorretamente no próprio bairro, além da utilização de pallets e garrafas PET.

Primeiramente foi realizada uma saída a campo com o intuito de identificar locais focos de descarte de resíduos em geral e recolher pneus velhos. Esses pneus foram limpos, pintados e dispostos como canteiros para flores e horta suspensa pelos alunos da COM-VIDA. Alguns pneus foram utilizados para canteiros diferentes como na forma de sapo e de joaninha (figura 1).  Outros foram dispostos na cerca da escola onde foram plantadas flores (figura 2).

Os pallets foram colocados nos palanques da cerca da escola de forma suspensa, onde foram dispostas garrafas PET pintadas com a finalidade de servirem como vasos (figura 3).

A manutenção dos canteiros ocorre nos encontros semanais.

Após o preparo de todos os canteiros foram plantados pelos alunos mudas de ervas medicinais e de flores, embelezando a escola.

A horta se encontra ainda em desenvolvimento, sendo que o objetivo é plantar algumas hortaliças que serão utilizadas pelos alunos.

Outra ação a ser executada é a separação adequada dos resíduos em todos os ambientes da escola. Atualmente apenas a cozinha e sala de professores contam com a separação correta de resíduos seco e úmido. Também há o planejamento de construir uma mini-composteira para fins didáticos.

Outras atividades alusivas também foram realizadas ao longo do ano, como o Rio do Nosso Bairro, Semana de Meio Ambiente, oficinas de educomunicação.

O resultado até o momento foi positivo. Os alunos da COM-VIDA são multiplicadores dos conhecimentos adquiridos nos encontros semanais, e dessa forma a escola toda interage nas ações desenvolvidas. Segue abaixo imagens com as ações desenvolvidas:

Figura 1: Canteiro de pneus na forma de sapo.  Figura 2: Pneus supensos na cerca formando um canteiro de flores. Figura 3: Ulização de pallets como base para vasos de garrafa PET.

 

Figura 2: Canteiro de pneus na forma de sapo pronto.

 

 

 

4.5 Escola Municipal de Ensino Fundamental Dona Leopoldina

 

A EMEF Dona Leopoldina, fica situada no interior do município de Taquara, na Estrada da Grota, S/N, no Morro da Pedra, Distrito de Pega Fogo.

Possui 85 alunos, distribuídos entre as turmas de Pré-escola ao 5º ano. A direção da escola está a cargo de Solange Teresinha da Silva.

O trabalho do Coletivo Educador é realizado quinzenalmente pelo grupo da COM-VIDA, que tem 11 alunos do 5ºano. Realizam atividades de cuidados com o desperdício de água e energia elétrica, e cuidados com a horta escolar.

Os alunos da COM-VIDA se reúnem quinzenalmente para resolverem as questões sobre o desperdício de água, eles fiscalizam a água que sobra no balde de descarte do bebedouro. Fiscalizam as torneiras, se há vazamentos. Fazem cartazes, com lembretes, dos cuidados de consumo de energia elétrica. Cuidam da horta, e compostagem.

A nossa escola está preocupada com o meio ambiente, e está fazendo a sua parte na preservação do mesmo. A nossa escola está trabalhando os resíduos, fazendo o descarte correto do lixo. Reaproveitando, reciclando, doando para quem pode encaminhar e vender.

Os alunos da EMEF Dona Leopoldina, estão felizes por estarem fazendo parte deste trabalho. Segue abaixo COM-VIDA para ação: “A nossa agenda 21 escolar”:

Pedras no caminho Sonhos Ação Quando? Quem? Onde?
Horta Construir uma horta pet e uma solo 1- Limpeza do local

2- Arrecadar garrafas pet

3- Conseguir terra de boa qualidade

Junho a setembro Alunos em geral No pátio da escola
Sala verde Organizar um lugar na pracinha para aula e reuniões 1- Organizar o local

2- Limpeza

3- Construir mesas e bancos

Agosto a dezembro Alunos em geral Na pracinha
Água Diminuir o consumo 1- Fiscalizar o desperdício

2- Torneiras com temporizador

3- Limpeza da caixa d’água

Durante todo o ano Alunos em geral Na escola

 

 

Segue abaixo imagens com as ações desenvolvidas:

 

  Papa-pilhas  Horta do 4º ano Composteira

 

Preparando os canteiros- 5º ano

 

 

5 Considerações finais

 

Desde o princípio percebemos que este projeto era desafiador, pois nossa sociedade esta se tornando cada vez mais consumista e de tal modo o descarte de resíduos inadequado e totalmente desregrado. Hoje nos damos conta do quanto importante foi o início desse projeto, pois através deste conseguimos no ambiente escolar, bem como na comunidade escolar sensibilizar alguns indivíduos da real importância de um consumo mais consciente e um descarte adequado dos resíduos, observando a coleta seletiva.

A partir do tema resíduo, despertou nos educandos várias ideias de ações, para sensibilizar as pessoas com relação a atitudes simples de reaproveitamento de resíduos. Percebemos os resultados já obtidos nas ações de cada escola,  que ainda esta em andamento, acreditamos que no decorrer do mesmo conquistaremos todos os objetivos almejados e as ações planejadas na agenda  21.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

BIDONE F. R. A. e POVINELLI J. Conceitos Básicos de Resíduos Sólidos. São Carlos. EESC/USP, 1999. 120p.

 

BIDONE, fr; POVINELLI, J. Conceitos básicos de resíduos sólidos. São Carlos: EESC-USP, 1999

 

BRASIL,Resolução CONAMA Nº 005 de 05 de agosto de 1993 http://www.lei.adv.br/005-93.htm, acesso em 30.jul.2015.

 

DÍAZ, A. P. Educação Ambiental como Projeto. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

 

MANDARINO, A. Produção crescente de resíduos sólidos: pode ser sustentável esse processo? Rio de Janeiro, Garamond, 2002, pp. 213-224

 

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos.”Temas transversais” (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira – EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002. Disponível em: < http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=60> Acesso em: 17 abr. 2013

 

PEREIRA E., FATH F., PRIORI D. Ensino de Biologia nas trilhas da diversidade. Tapejara: Universal, 2008.

 

QUINTAS, J.S. Educação ambiental e sustentabilidade. Brasília: IBAMA, 2003. (doc. Mimeo).

 

REIS, M. F. C. Metodologias aplicadas á educação ambiental. Curitiba: IESDE, Brasil, 2006

 

SÓLIDOS, Política Nacional de Resíduos. http://www.mma.gov.br , acesso em 29.jul.2015.

 

TAVORA, M. A; ARAUJO, J. C. de. Consumo de geração de resíduos na sociedadecapitalista. In: MATOS, K. S. A. L.de (Org.). Educação ambiental e sustentabilidade.Fortaleza: UFC, 2009. 212 p.

 

VALLE. Cyro. Qualidade ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira 1995

 

WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. 27. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

 

ZANETTI, Izabel Cristina Bruno Bacellar. Educação Ambiental, Resíduos Sólidos Urbanos e Sustentabilidade: Um estudo de caso sobre o sistema de gestão. Porto Alegre/RS.2003. 176 p. Tese de Doutorado em Política e Gestão ambiental. Centro de Desenvolvimento Sustentável. Universidade de Brasília, Brasília, 2003.

[1] Acadêmica do curso de Letras das Faculdades Integradas de Taquara – Faccat, Professora bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, Professora de Língua Portuguesa na Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlio Maurer, em Padilha, atuando com a turma do 6º ano das séries finais.

[2] Cursando Ciências Biólogicas-Licenciatura pela Universidade Feevale de Novo Hamburgo. Atualmente professora na Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas, Escola Municipal de Ensino Fundamental João Martins Nunes e Colégio Municipal Theóphilo Sauer, sendo as três instituições da cidade de Taquara/RS.

[3] Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Regional Integral do Alto Uruguai e das Missões de Erechim URI, possui pós-graduação em Educação Ambiental e Interpretação Ambiental pela URI, atualmente professora das escolas Municipais de Taquara de Ensino Fundamental Getúlio Vargas e Lauro Muller e Escola de Ensino De Ensino Fundamental Machado de Assis de Igual Igrejinha, todas na disciplina de Ciências.

[4]  Licenciada em Matemática pelas Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT), Possui Curso Normal, diretora de escola de educação básica durante oito anos, atualmente professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nereu Wilhelms da cidade de Taquara, cursando Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional pelo Centro Universitário Barão de Mauá. E-mail: lucianamichelem@yahoo.com.br.

[5] Licenciatura plena em Ciências Biológicas, Especialista em Educação Ambiental, Mestre em Qualidade Ambiental.

[6] Formada em Magistério séries iniciais, no Colégio Santa Teresinha, Cursando pedagogia na UNIGRAN (EAD). Trabalho na direção da  EMEF Dona Leopoldina, desde 2013.

E-mail; solangeteresinha2009@hotmail.com

[7] Temas transversais – de acordo com Menezes e Santos (2002) – Segundo o Ministério da Educação (MEC), “são temas que estão voltados para a compreensão e para a construção da realidade social e dos direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva e com a afirmação do princípio da participação política. Isso significa que devem ser trabalhados, de forma transversal, nas áreas e/ou disciplinas já existentes”. Os temas transversais, nesse sentido, correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana.

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