Coletivo Educador Ambiental Regional

Relatório Final – Projeto de iniciação científica

KAUÃ VARGAS BINELLO
LUANA ELISA GUIMARÃES
VITÓRIA MARIA FERREIRA ALVES

AS ÁGUAS DE OLHOS D’ÁGUA

Relatório de pesquisa científica desenvolvido na E.M.E.F. Antônio Martins Rangel como requisito para conclusão do projeto científico As águas de Olhos D’Água. Sob orientação da professora orientadora do projeto Daiana Santos Vidal e do professor coorientador Elias Fidelles.

Taquara
2016
Resumo

A EMEF Antônio Martins Rangel, do distrito de Rio da Ilha, município de Taquara – RS está localizada em uma área cercada por banhados, rios e arroios. Juntam-se a isto as vertentes naturais e açudes de moradias locais. Estas riquezas possibilitaram muitos questionamentos, e por isso surgiu à ideia de construir o projeto de pesquisa sobre “importância das reservas hídricas da localidade e se com o passar dos anos houve aumento ou redução das reservas”.
O projeto contou com a colaboração da comunidade escolar, moradores, pais, alunos e professores no planejamento e a realização das propostas, dentre elas aplicação de um questionário em 14 residências da localidade, saída de campo com entrevistas e analise da área pesquisada.
Para visualizar a área de pesquisa tivemos o auxílio de um drone, para captar imagens aéreas da localidade, podendo observar as áreas de banhados, açudes, as grandes lavouras de arroz, plantações de eucaliptos e os rios que banham a localidade de Olhos D’Água.

Introdução

O presente projeto justifica-se por observar que algumas regiões do país que nunca tinham sido atingidas pela seca, passam atualmente por uma grande crise hídrica e que muitas pessoas enfrentam necessidades e dificuldades para lidar com este problema.
Segundo estudo da NASA, agência do Governo Federal dos Estados Unidos, que é responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial, a região sudeste do Brasil perdeu 56 trilhões de litros de água entre os anos de 2012 e 2015. Com a perda dessa quantidade de água a situação das regiões atingidas é preocupante tanto para pecuária, lavoura e seres humanos.
A localidade de Olhos d’Água pertence à zona rural da cidade de Taquara e tem alto índice de lavouras que são banhadas com as águas do rio dos Sinos e rio Rolante e a região também tem o maior banhado da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos. Este banhado tem a função de atuar como esponjas que absorvem as águas das cheias e de reservatórios para as épocas da seca.
Ao observar estes dados, pensou-se em desenvolver uma pesquisa na comunidade escolar de Olhos D’Água, interior da cidade de Taquara/RS, que tem como objetivo fazer um levantamento de dados sobre o histórico do local e verificar na localidade de Olhos D´Água se houve aumento ou redução das águas existentes nos últimos anos e quais fatores contribuíram para este acontecimento. As hipóteses levantadas para analisar este objetivo e o problema foram as seguintes:
– Sim, porque não tem chovido nos últimos anos na localidade de Olhos D´Água.
– Sim, porque aumentou as lavouras nos últimos anos na localidade de Olhos D´Água.
– Sim, porque há uso inadequado com desperdício na localidade de Olhos D´Água.
– Sim, porque banhados e vertentes estão diminuindo na localidade de Olhos D´Água.
– Não, porque tem chovido bastante e banhados e vertentes aumentaram nos últimos anos na localidade de Olhos D´Água.

O problema do projeto adquiriu-se a seguinte questão; A quantidade de água existente em Olhos D’água reduziu ou aumentou nos últimos cinco anos? Por quê?
Como base para o desenvolvimento desta pesquisa de dados adquiriu-se o projeto COM-VIDA para ação, que visa investigar os problemas ambientais na escola e comunidade escolar e auxiliar na solução destes.

Referencial teórico

Segundo a reportagem da revista nova escola, no livro Colapso: Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso, o norte-americano Jared Diamond relata por que algumas civilizações deram certo e outras sucumbiram ao longo da história. Para ele, o uso da água e o superaquecimento global são questões que, caso não sejam solucionadas, podem destruir a nossa civilização. Com o foco nessa questão, a ONU criou a Década da Água (que vai de 2005 a 2015). Nesse período, deve haver uma concentração de esforços em reverter o quadro de deterioração do recurso no planeta. O fato é que já se diagnosticaram as causas do problema e as soluções são conhecidas, mas não há um consenso sobre como implementá-las.
Pedro Jacobi lista medidas que poderiam ser tomadas, como a fiscalização da exploração dos aquíferos, leis severas contra a poluição, reciclagem e aproveitamento de águas da chuva e controle do recurso usado na agricultura. Além disso, ele prega uma gestão de recursos hídricos participativa, integrada e descentralizada: “Temos de encontrar tempo para refletir e participar do debate sobre o fato de que até hoje a humanidade tem sido predatória e não pode mais ser assim, pois os recursos são finitos”.
Segundo informação do Jornal NH, os banhados, historicamente, são espaços dizimados pelo homem, vistos por muitos, infelizmente, como grandes criadores de mosquito. Assim, se tornam depósitos de lixo ou acabam desconfigurados, aterrados e com a vegetação destruída. Dessa maneira, a área úmida, habitat de diversos animais e plantas, é vítima da ação do homem e deixa de cumprir seu papel natural em favor do próprio meio ambiente: atuar como esponjas que absorvem as águas das cheias e de reservatórios para as épocas da seca.
O papel do banhado na natureza é o de garantir a sobrevivência de seus ecossistemas vizinhos: quando ocorre uma seca o banhado fornece água ao rio, enquanto que nas cheias auxilia na retenção temporária do excesso d’água, desempenhando o papel de esponja natural. Os banhados são também muito ricos em matéria orgânica, em decorrência da decomposição de juncos e gramíneas. (Jornal Tribuna Rural, 12/12/2003).

Metodologia

O levantamento de informações e dados para a realização da pesquisa ocorreu durante um encontro semanal do projeto COM-VIDA que é desenvolvido na escola, com a construção de um questionário para saber se há práticas de consumo de água na comunidade e verificar a conscientização dos pais e responsáveis dos alunos da escola que moram na localidade de Olhos D’Água em relação ao tema proposto.
A partir dos conteúdos e conceitos trabalhados, realizou-se saídas de campo para mapeamento, análise dos locais em estudo e entrevistas com os moradores mais antigos da localidade, com os moradores que cultivam lavouras de arroz e com moradores que residem próximo a uma grande plantação de eucalipto.
Para localizar as questões levantadas foram realizadas pesquisas de mapas (Google), imagens de satélite e drone para conhecimento da área de estudo.

Resultados

Através do projeto foi possível buscar um pouco da história de Olhos D’Água, distrito de Rio da Ilha, Taquara RS. Segundo relatos de moradores, a localidade recebeu esse nome, por conta dos tropeiros e carreteiros que alguns anos atrás passavam por esse local e paravam em um local que havia algumas vertentes, também chamadas de Olhos D’Água, para descansarem, se hidratar e hidratarem seus animais. Este local ficou assim nomeado, pois era uma forma de combinar um encontro com outros tropeiros e carreteiros que faziam o mesmo trajeto.
Com o desenvolvimento da pesquisa foi possível identificar inúmeras problemáticas, como a redução das reservas hídricas, principalmente os banhados, devido ao aumento das lavouras de arroz, plantação de eucaliptos – árvores que não são nativas e que são capazes de absorver enormes quantidades de água, secando poços cavados, diminuindo o banhado e outras fontes hídricas existentes no entorno dessa grande plantação e por falta de conhecimento da população local sobre a importância dos banhados como habitat de uma grande biodiversidade de espécies e sua função como “esponjas”, isto é, absorver as águas das cheias e de reservatórios para as épocas da seca, devolvendo a água ao rio, acabam aterrando esses locais para maior a comodidade e conforto ao redor de suas residências.
Com este projeto se pode passar aos moradores e comunidade escolar a real situação das reservas hídricas de Olhos D’Água e sua redução por conta do uso inadequado com o aumento da população local, isto é, de moradias e aterramento dos terrenos alagados, pelo aumento das lavouras de arroz e pela plantação de eucaliptos numa propriedade particular. Sabendo que a água é um recurso que está se esgotando, e sem água a vida está ameaçada, a Escola Antônio Martins Rangel está comprometida em conscientizar a comunidade local para a importância desse recurso.

Conclusão

Verificou-se através desta pesquisa que a quantidade de água da localidade de Olhos D’Água diminuiu em relação há algum tempo atrás, pois segundo relatos de moradores que residem na localidade, Olhos D’Água era bastante alagado e até pra construir moradias era difícil encontrar um local seco.
Parte das hipóteses levantadas no plano de pesquisa do projeto foram atingidos, tais como; o aumento das lavouras de arroz nos últimos anos, a diminuição de banhados e vertentes em Olhos D’Água e o uso inadequado da água por meio da população.
O Projeto as águas de Olhos D’Água, fez com que todos moradores pudessem compreender a necessidade de economizar a água existente na comunidade, de conservar os banhados e lagoas naturais que ainda existem para que a população não venha enfrentar problemas com falta de água. Para conscientizar pais e moradores resolveu-se apresentar nossa pesquisa na escola para toda comunidade para que todos pudesse ter acesso à situação hídrica que Olhos D’Água se encontra.

Referências bibliográficas

Acesso em: http://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2015/05/especial/164907-vegetacao-nos-banhados-e-qualidade-da-agua-contra-a-poluicao.html; no dia 02 de agosto de 2016.

TUNDISI, José Galizia, acesso em:http://novaescola.org.br/ciencias/fundamentos/se-nao-cuidar-agua-ela-pode-acabar-potavel-recursos-naturais-586631.shtml?page=3; no dia 02 de agosto de 2016.

Acesso em: http://novaescola.org.br/ciencias/fundamentos/se-nao-cuidar-agua-ela-pode-acabar-potavel-recursos-naturais-586631.shtml?page=2; no dia 02 de agosto de 2016

Participação na 1ª FEMICTA
Participação na 1ª FEMICTA

Premiação de 1º lugar da 1ª FEMICTA.
Premiação de 1º lugar da 1ª FEMICTA.

Participação da MOSTRATEC JÚNIOR
Participação da MOSTRATEC JÚNIOR
042

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