Coletivo Educador Ambiental Regional

Relatório do Projeto de Pesquisa

Escola Emílio Leichtveis – EMEL
No dia 27 de setembro, os alunos da COM-VIDA (ÉRIKA KAUANE SOUZA DA SILVA, DIEGO CORREA DA SILVA e VITÓRIA FAGUNDES SATES) apresentaram o Projeto de Pesquisa, na FEMICTA (Feira Municipal de Iniciação Científica de Taquara).

Título: RESÍDUOS REUTILIZÁVEIS

Tema: É possível novos destinos para os Resíduos espalhados e descartados de forma errada tanto no pátio da escola quanto nas residências?

Resumo:
No início do ano nós fizemos o levantamento dos problemas que vimos na escola para a Agenda 21, o que deu origem as “Pedras no Caminho.” Das “Pedras” que encontramos, vimos que a questão dos resíduos descartados em lugares errados e espalhados no pátio da escola continuava acontecendo. Aí observamos que os funcionários também acabavam acumulando vários resíduos recicláveis em diferentes lugares da escola: depósitos, corredores, na própria horta, etc. Sem contar que alguns moradores largavam seu lixo nas lixeiras em frente a escola e tudo misturado. Quando surgiu a proposta para fazermos um Projeto de Pesquisa, decidimos por esse assunto, já que representava um problema há bastante tempo. Então, entre os meses de julho e setembro nós aproveitamos os encontros da COM-VIDA para montar o projeto, e a partir das nossas hipóteses bolar as perguntas que iriamos fazer aos nossos colegas, professores e funcionários com relação a separação e reutilização de resíduos. Fomos em todas as turmas e setores da escola entrevistando e anotando. Depois fizemos a tabulação das respostas. Com base nos nossos objetivos, nós: Usamos as oficinas de artesanato para ensinar outros colegas a confeccionarem peças a partir da reutilização de resíduos recicláveis encontrados na escola ou trazidos das residências (garrafas pet, tubos de xampus, CDs velhos, caixas de leite, bijuterias velhas, retalhos de tecido, zíper, etc.) Criamos e ensaiamos uma paródia musical sobre “Separação de Resíduos” e o vídeo foi colocado no facebook da escola e também no YouTube. Fizemos um “temperário” (horta de temperos), juntamente com as funcionários da escola, utilizando alguns resíduos recicláveis que eram guardados por elas no depósito. Para finalizar nosso projeto, no final do mês de setembro nós iremos participar da Mostra de Trabalhos da escola, a fim de que os visitantes possam ver tudo o que fizemos e ouvir sobre o que aprendemos e sabemos sobre “Resíduos: separação e reutilização de recicláveis.”

Objetivo:
Mostrar a comunidade escolar que além de separar, é possível reutilizar de forma simples e criativa, muitos dos resíduos que são descartados, seja no pátio da escola ou nas casas dos alunos e nas lixeiras comuns, transformando-os em objetos bonitos e úteis, podendo servir para uso próprio e até como uma maneira de ganhar dinheiro fazendo artesanato; contribuindo, assim, tanto com o meio ambiente, quanto para com o trabalho dos recicladores e para si mesmo.

Metodologia:
Este projeto de pesquisa foi feito durante os encontros da COM-VIDA, com duração de 4 horas cada. COM-VIDA é uma Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida, da qual nós fazemos parte. A nossa função na escola é cuidar e ensinar os outros a cuidarem do meio ambiente por meio de diferentes atividades. Nós já haviamos feito a Agenda 21 da Escola no início do ano e apontado as “Pedras no Caminho”, que é o nome dado para os problemas que encontramos. Este projeto de pesquisa surgiu a partir de um desses problemas que era o que mais nos incomodava: a “sujeira” deixada no pátio da escola pelos nossos colegas. A maioria eram copos e garrafas pet que ficavam espalhados após o recreio. Aí começamos a observar que as funcionárias também acumulavam resíduos em diferentes pontos da escola e do pátio. Viamos muitos potes, tubos, galões de produtos de limpeza guardados, sem utilização e quando tinha muito eram colocados em sacos pretos, nas liixeiras na frente da escola. As lixeiras da escola também acabava sendo usadas para descarte de resíduos por alguns moradores, e por isso viviam entulhadas.
Nós já estávamos trabalhando sobre meio ambiente e resíduos a mais tempo, em função da Agenda 21, então já tinhamos visto alguns panfletos, fôlderes e vídeos sobre separação e reciclagem de resíduos. Alguns foi nossa orientadora quem trouxe e outros nós vimos no You Tube.
A partir do problema que escolhemos trabalhar nós construímos algumas hipóteses e ficamos curiosos em saber como as famílias dos nossos colegas faziam na casa deles com relação ao lixo: se faziam ou não a separação e porque. Bolamos apenas uma pergunta, mas que deveria ser justificada: “Vocês (no caso dos alunos: os pais) fazem a separação do lixo? Sim e porque ou Não e porque?” e fomos de sala em sala entrevistando alunos, professores e funcionários. Uma colega perguntava, um colega explicava e outra fazia o registro. Depois nós juntamos todos os registros e tabulamos.
Durante essa entrevista nós ainda aproveitamos para falar um pouco do trabalho dos recicladores e das dificuldades que eles tem quando as pessoas deixam o lixo todo misturado nas sacolas.
Com os resultados da tabulação onde nós vimos que, no turno da manhã, dos 71 alunos entrvistados, 19 disseram que suas famílias separam o lixo em casa e 53 disseram que não separam e o motivo era “preguiça e má vontade”. No turno da tarde, dos 33 alunos entrevistados, 3 disseram separar o lixo em suas casas e 30 disseram não separar, sendo desses, 16 por motivo de “preguiça e má vontade” e 17 por falta de conhecimento e por não ter coleta seletiva no bairro. Com relação aos professores e funcionários, dos 9 entrevistados, somente 2 não fazem a separação e uma delas disse que é por “preguiça”. Sabendo disso nós resolvemos fazer as oficinas de artesanato com resíduos recicláveis e sempre que possível, mostrávamos para os outros colegas, além de nossa orientadora postar no facebook da escola. Na nossa escola, no final de cada trimestre, quem não pega recuperação em alguma disciplina pode participar de diferentes oficinas: pintura em tecido, jogos de mesa, etc. Nós, da COM-VIDA, também fizemos uma oficina para os colegas que não tinham pego recuperação. Nós os ensinamos a fazer um porta-retratos com CDs velhos. Os CDs já estavam guardados no depósito da escola, mas os que quiseram participar da nossa oficina tiveram que trazer, de suas casas, algum material que não fossem mais utilizar para enfeitá-los.
Nós vimos, no site da prefeitura de Taquara/RS que tem Coleta Seletiva na cidade. Nossa orientadora nos trouxe o panfleto que mostrava isso e ele foi postado no facebook da escola para que todos pudessem ficar sabendo.
Uma outra forma que nossa orientadora propôs para mostrarmos as pessoas a importância de separar o lixo ou resíduos foi a criação de uma paródia musical. Mas por falta de entendimento entre nós mesmos para decidir sobre letra e ritmo e também por falta de tempo, nossa orientadora nos apresentou uma letra, que ela mesma criou, mas com tudo o que a gente já sabia e já tinha conversado nos encontros, e nos propôs descobrir um ritmo que as pessoas logo identificassem. Escolhemos “a barata da vizinha”, que é um pagode. Então foi baixado um Karaokê com o ritmo escolhido e nós cantamos em um vídeo que foi postado no facebook da escola e também no You Tube em https://www.youtube.com/watch?v=-sDwvvO5Kgk.
Nós precisamos parar com as oficinas de artesanato para organizar melhor o nosso projeto na parte escrita, porque acabávamos fazendo muitas coisas e esquecendo de fazer os registros. Tivemos que rever os sites e o diário de bordo também. As fotos que nossa orientadora tirou desde o início do projeto serviram para essa reorganização.
Materiais utilizados
Notebook, Internet (Google), vídeos do YouTube, panfletos, fôlderes, garrafas pet, caixas de leite, CDs velhos, tubos de xampu,
galões de produtos de limpeza, restos de tecido, restos de E V A, miçangas, fitas, gregas, zíper, cola super
adesiva, botões, pedras, clips, flores plásticas, máquina fotográfica

Resultados e conclusão
Com relação as famílias em geral, a maioria não se preocupa em fazer a separação dos resíduos. O máximo que fazem, até por ser na zona rural, é dar aos animais ou a horta os restos de alimentos. Os demais resíduos são descartados juntos e concordamos que é por má vontade e descaso mesmo, como disseram os nossos colegas nas entrevistas, mesmo já tendo sido divulgado no facebook da escola, que existe um serviço de Coleta Domiciliar na Zona Rural. As pessoas acham que é perda de tempo, que não dá nada. Acham mais fácil descartar seus resíduos em qualquer lugar do que ter de levá-los até o ponto onde ocorre a coleta. Com relação ao trabalho dos recicladores, entendemos que a maioria das pessoas não se preocupa com as dificuldades e problemas dos outros, ainda mais se não os conhecem nem convivem com eles. A maioria enxerga apenas o catador, o mendigo. Aquele que “cata o lixo, que revira as lixeiras ou sacolas.” Na escola foi legal porque muitos dos nossos colegas já querem participar da COM-VIDA, principalmente por causa das oficinas que nós fizemos. Eles querem ver a aprender a fazer artesanato com resíduos. As funcionárias estão sempre perguntando sobre os resíduos que podemos aproveitar e as diretoras da escola já compraram novas lixeiras diferenciadas por tipo de resíduos para colocar no pátio da escola. Assim sendo, na escola nós conseguimos chamar atenção para o problema dos Resíduos reutilizáveis espalhados e descartados de forma errada no pátio e causar algumas mudanças boas. Tem os colegas que continuam não se importando com onde largam seu lixo, mas nós notamos que teve melhoras e vamos continuar fazendo as oficinas de artesanato.

Alunos da COM-VIDA mostrando como se faz um "temperário" a partir da reutilização de galões
Alunos da COM-VIDA mostrando como se faz um “temperário” a partir da reutilização de galões
Alunos da COM-VIDA tabelando as respostas da pesquisa feita na escola
Alunos da COM-VIDA tabelando as respostas da pesquisa feita na escola
Alunos da COM-VIDA entrevistando os colegas e professora
Alunos da COM-VIDA entrevistando os colegas e professora
Alunos da COM-VIDA participando da FEMICTA
Alunos da COM-VIDA participando da FEMICTA

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